quinta-feira, 16 de junho de 2011

A casa da madrinha

         nome do livro: a casa da madrinha
         autor: Lygia bojanga
         ano:  2002
         editora: nova fronteira
         nome do aluno: Evellyn Vitória Machado Oliveira
         curso: 5 serie


                         Alexandre resolveu fazer mais barulho:sacudiu a caixa de sorvete (só que em vez de gelo e sorvete, a caixa tinha colher, garfo e faca; e tinha também um toco de lápis, um livro de história, uma caneta e uma panela). Gritou de novo:
                         - Atenção, atenção!vocês já viram um pavão? aposto que não. Ainda mais um pavão como o meu: ele fala, ele dança, ele sabe fazer mágica, ele é genial!
                        O pessoal que tinha juntado em volta olhava pra cá, pra lá, não via pavão nenhum, um garoto perguntou:
                        - Mas cadê?
                        Alexandre fez cara de mistério:
                        - Eu já disse: ele é mágico, aparece no ar de repente.
                       - Quando cisma?
                       -Quando eu grito '' já''! . -E sacudiu outra vez a caixa, querendo atrair mais gente. - Atenção, atenção, vocês já viram um pavão?
                       Vera vinha vindo lá na estrada. Ouviu o barulho, viu o ajuntamento debaixo da mangueira, veio vindo, veio vindo, escutou Alexandre falando:
                       - Eu não cobro preço certo pra mostrar o show do pavão: meu chapéu tá aí mesmo; cada um dá o que pode.
                       O pessoal olhou o chapéu. De lona. Bem velho. No chão
                       Alexandre ficou esperando. Tudo quanto é criança fuçou o bolso. Uma deu uma nota, outra deu duas, outra só deu moedas, teve uma que perguntou:
                      - Dá pra pagar com cocada?
                      Deu. Aí todo mundo se animou. Um garoto deu duas bananas da dúzia que ia levando para a casa; um outro deu uma bala, achou pouco, voltou e deu mais outra; uma menina correu pra um matinho ali perto, juntou um monte de flores e botou junto do chapéu.
                     Vera vinha vindo.
                     O pessoal grande - tinha uns quatro ou cinco- também estava louco pra ver o show.  Era a primeira vez que aparecia um pavão lá na roça; diziam que era o bicho mais bonito de ver. Mas ninguém se mexeu. Um sujeito de camisa remendada perguntou:
                    - E se a gente paga e depois o pavão não é bonito assim que nem dizem?
                     E uma mulher que tinha um bruto dente de ouro quis saber:
                     - E se ele não faz mágica? e se ele não dança? o sujeito resolveu:
                     - Dinheiro anda difícil de arranjar, garoto; a gente só pode gastar com coisa muito cem por cento. Primeiro o pavão a parece e faz tudo que sabe fazer, depois a gente paga.
                      

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